sexta-feira, 30 de maio de 2014
Racionamento de água começa próxima segunda-feira em Esperança
Cidades do Agreste têm racionamento. Racionamento se deve ao baixo volume nos açudes de Boqueirão do Cais e Vaca Brava, segundo Gerência da Regional Borborema da Cagepa.
Foto: Leonardo Silva
Mais de 80 mil moradores do Agreste paraibano serão afetados pelo racionamento de água que começa hoje nos municípios de Cuité e Nova Floresta, e na próxima segunda-feira, nas cidades de Esperança e Remígio, incluindo os distritos de Lagoa do Mato e São Miguel, além do distrito de Cepilho, que pertence a Areia. De acordo com a Gerência da Regional Borborema da Cagepa, o racionamento nestas localidades se deve ao baixo volume nos açudes de Boqueirão do Cais e Vaca Brava. Mas a população local reclama que em muitos setores, nunca houve água encanada nas residências.
Desde que nasceu, a aposentada Marina Maria dos Santos, 66 anos, convive com a realidade de ter que armazenar vários tonéis e baldes de água em casa, para o uso doméstico geral.
Ela mora na Travessa Manoel Henrique, que fica atrás do Tanque do Araçá, um tanque de pedra de onde a população local puxa água através de um chafariz, e que pertence ao município, localizado na região central de Esperança e que é utilizado pela população que não tem água nas torneiras, ou quando o abastecimento é interrompido. “A gente soube do racionamento. Todo mundo aqui nasceu e se criou tendo que ir buscar água aí do tanque. Agora, as torneiras vão ser mais disputadas por causa desse racionamento”.
De acordo com a gerente da Regional Borborema da Cagepa, Alexandrina Formiga, o usuário precisa fazer a solicitação para que o órgão faça a ligação de água. Ela também explicou que é preciso analisar se há rede de extensão de esgoto na rua onde a usuária mora, para viabilizar a instalação ligação. “A cidade de Esperança toda tem rede de água encanada, mas por conta das manobras de abastecimento que são necessárias, tem dias que tem água pra uma parte da cidade, tem dias que tem pra outra.
Se alguém diz que não tem água, nunca pediu uma ligação, tem que solicitar junto ao órgão. Nós vamos ter que analisar para poder fazer uma extensão de rede, o que também terá um custo para o usuário”, disse.
RODÍZIO
Em Cuité e Nova Floresta, o rodízio será de 24 horas com água e 24 horas sem, com início das interrupções hoje. Nas cidades de Esperança e Remígio, além dos distritos de Lagoa do Mato, São Miguel e Cepilho, serão três dias consecutivos com água nas torneiras por semana e quatro dias sem, a partir da próxima segunda-feira. Conforme divulgou a Cagepa, através da assessoria de imprensa, a situação só deve mudar quando os mananciais responsáveis pelo abastecimento – Boqueirão do Cais, que está com 5,4% da capacidade, e Vaca Brava, que está com apenas 3,7% do volume total – tiverem recarga de água significativa.
MORADORES RECORREM AOS TONÉIS
O comerciante José Nogueira Filho, 44 anos, contou que as vendas de tonéis e tambores para armazenar água devem crescer pelo menos 10% em seu estabelecimento por conta do racionamento. “O povo não quer ficar sem água em casa e já começa a se preparar. Hoje eu já vendi pelo menos três. Lá em casa a gente junta água também, da torneira mesmo, quando o abastecimento está normal. Da chuva, quando Deus manda água. O jeito é economizar”, afirmou José, que mora no Centro da cidade.
O agricultor Lucas de Sousa, 60 anos, do distrito de Lagoa do Mato, em Remígio, estava garantindo o seu para se preparar para o rodízio. “A realidade da gente é essa mesmo. Às vezes tem água, às vezes falta. Vamos torcer para que chova, para que essa situação mude. Por enquanto, o jeito é juntar água como a gente pode. No dia que tem água nas torneiras, a gente armazena, se cair uma chuvinha, a gente armazena também. O agricultor paraibano já sabe o que deve fazer”, declarou.
Do Jornal da Paraíba – Por Fernanda Moura
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