sexta-feira, 23 de maio de 2014
Vendedor de loja seria dono de empresa milionária
Um esquema que teria fraudado licitações em mais de 80 cidades da Paraíba utiliza em alguns casos empresas do ramo da construção civil que, segundo o Ministério Público, nunca existiram.
Em um dos casos o dono de uma das empresas, que recebeu mais de R$ 5 milhões em obras, trabalha como vendedor de uma loja em João Pessoa.
Erick Guedes Marques, de 25 anos, trabalha em uma loja de brinquedos em um shopping, mas, segundo o Ministério Público da Paraíba, seu nome consta como dono de uma empresa de construção civil, responsável por obras em dezenas de prefeituras paraibanas.
Um levantamento mostrou que, em 10 dias, teria passado cerca de R$ meio milhão na conta bancária do vendedor.
A empresa de Erick é a Safira Serviços e Construções Ltda., uma das 15 da área da construção civil investigadas durante a Operação Papel Timbrado, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecco), em parceria com o Tribunal de Contas da Paraíba, Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União.
Documentos que comprovariam fraudes foram apreendidos em 15 cidades do Estado. A construtora Safira recebeu mais de R$ 5,5 milhões de 37 prefeituras paraibanas por obras e serviços contratados. Também teria participado de licitações na Bahia em Pernambuco.
O grupo executou obras em 83 municípios que renderam mais de R$ 60 milhões.
Para a execução de uma obra, a lei exige uma licitação, processo em que pelo menos três empresas disputam quem vai executar os serviços. Vence aquela que cobrar o menor preço. Segundo o MP, o esquema funcionava da seguinte forma: As construtoras pertenciam a um mesmo grupo e combinavam os valores para que uma delas, a escolhida, ficasse com a obra. As outras duas participavam apenas como figurantes. Muitas delas sequer tinham funcionários, eram só de fachada.
A fraude tinha participação de contadores, engenheiros e servidores públicos.
Por emprestar o nome como sócio de uma empresa milionária, Erick Guedes, segundo o Ministério Público, recebia dos verdadeiros donos, quantias que não passavam de R$ 1 mil. O acusado não quis gravar entrevista, mas negou qualquer irregularidade.
Rua Visconde de Pelotas, nº 39, Centro de João Pessoa. Segundo o MP, este é o endereço de sete das construtoras investigadas na Operação Papel Timbrado. De acordo com o Tribunal de Contas da Paraíba, de 2011 a 2013, juntas, elas movimentaram mais de R$ 16 milhões por serviços prestados a dezenas de prefeituras paraibanas.
Apesar de todo esse volume financeiro recebido, não existe movimentação alguma de funcionários ou representantes das empresas.
*Com informações da TV Cabo Branco.
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