O presidente da FIFA vem ao Brasil e se encontra com a presidente Dilma.
Até ai perfeito!
Nesse encontro estão presentes Aldo Rebello, ministro dos Esportes, ok;
Pelé, embaixador honorário do Brasil para a Copa do Mundo de 2014, ok;
Ronaldo, conselheiro do Comitê Organizador Local (COL), ok.
Só uma pergunta: qual dessas pessoas tem a ver com a Lei Geral da Copa?
Nenhuma.
O presidente da comissão da Lei Geral da Copa, Renan Filho, não estava lá.
O relator da Lei da Copa, Vicente Cândido, também não.
O presidente da Casa onde será votada a lei, Marco Maia, também não estava presente.
E muitos outros que tem muito a ver com a Lei Geral da Copa, não estavam presentes.
Na minha concepção de político, a política vai de mal a pior.
O povo tem total razão de reivindicar.
E cobrar principalmente mais seriedade e responsabilidade das pessoas que tem autonomia para decidir coisas importantes como essa (Copa do Mundo).
Não vou me aprofundar muito.
Mas é uma pena, ouvir nas rádios, ver na TV, abrir os jornais e ler que o governo federal se uniu a FIFA para que a Copa seja a maior de todos os tempos.
Uma mentira descabida!
Não será a melhor e nós vamos passar vergonha.
Se continuar acontecendo coisas erradas e estranhas como esse encontro do Blatter com pessoas que não são ligadas a Lei Geral da Copa, ela será uma merda.
E o governo federal está enganando o povo.
A presidente Dilma está sendo enganada ou se deixando enganar.
Brasileiros, continuem cobrando e se manifestando porque essa palhaçada vai piorar quando tiver a 1 ano e meio da copa.
O pior ainda está por vir, porque o governo deixará que aconteçam as obras emergenciais, as que não precisam de licitações.
Ai vai acontecer o maior roubo da história do Brasil.
Ai eu quero ver se as pessoas que apareceram sorrindo na foto durante a reunião de ontem vão querer aparecer.
Esse Brasil é um circo e os palhaços vocês sabem bem quem são."
Esse foi o desabafo que o Romário colocou no facebook.
Ele é muito inteligente.
Corajoso.
Ninguém ligado ao futebol no País é contra a Copa de 2014.
Não diante dos microfones.
Mas em conversas covardes em off com jornalistas.
Romário, não.
Talvez por pertencer a dois mundos distintos e neles ocorrer uma simbiose raríssima.
Mistura a experiência de quem foi o protagonista de uma Copa com a de um político de Brasília.
O Brasil só quebrou o jejum de 24 anos, em 1994, graças a ele.
E tem a descoberta da sua veia de político.
Conhece como deputado federal o lado nojento do poder.
Os acordos espúrios, o tráfico de influência.
Quem consegue se aproximar de Romário para conversar longamente sobre o Mundial fica surpreso.
Eu tive esse oportunidade no Panamericano de Guadalajara.
Foram mais de duas horas.
Romário não tem orgulho da Copa do Mundo no Brasil.
Pelos motivos revoltantes que só ufanistas fingem não ver.
Vivido, ele sabe o quanto o País teve de ceder à Fifa.
A entidade do sedutor Joseph Blatter só promove o Mundial em países que se curvam.
Aceitam todas as exigências sem questionar.
Como fazer as desnecessárias 12 arenas.
Oito apenas seriam mais do que suficientes.
Mas a Fifa quis.
Foi ótimo para empreiteiras.
Para Lula e depois Dilma fazer média com o Brasil inteiro, de Norte a Sul.
E para o iludido Ricardo Teixeira acreditar que ficaria mais poderoso.
Romário percebeu como funciona o jogo.
Ainda mais depois de se tornar deputado federal.
Percebeu o que é, como funciona, e como é suja a bancada da Bola em Brasília.
Deputados federais e senadores dispostos a proteger a elite do futebol brasileiro.
Sempre querendo algo em troca.
Que resulta em dinheiro e votos.
Políticos se uniram tentanto proteger Teixeira da renúncia da CBF.
E do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo.
Não pelos belos olhos, que nem isso ele tem.
Mas pelos benefícios que a sua permanência garantiriam a esses políticos.
De todos os tipos.
Principalmente eleitoral.
Firmar sua imagem como defensor de seu estado na Copa é a garantia de voto certo.
Políticos não enxergam torcedores, veêm eleitores.
Pessoas que vão garantir seus mandatos, suas mordomias, seus esquemas.
Romário percebeu o uso do futebol em Brasília e ficou revoltado.
Ainda mais como ex-jogador.
Políticos vividos se aproximaram dele tentando doutriná-lo.
E se aproveitar de sua popularidade.
De personalidade forte, ele não se submeteu.
Se ele quisesse, já seria membro efetivo do Comitê Organizador Local da Copa.
Com papel firme, determinado, com posturas tão corajosas quanto definidas.
Não seria figuras decorativas como Pelé, Ronaldo e Bebeto.
Ricardo Teixeira percebeu Romário não se submeteria.
Mas tentou.
Na reunião que teve com o ex-jogador e pai da linda Ivy, Teixeira sabia.
Bastaria garantir ingressos para pessoas deficientes na Copa.
E teria pelo menos a imagem de Romário ao seu lado.
Foi até melhor do que o ex-presidente esperava.
Ele se lembrou da filha e chorou como um bebê ao anunciar os ingressos para deficientes em 2014.
Foi um prato cheio para os fotógrafos.
Romário só foi perceber de verdade o quanto foi usado nesse encontro alguns dias depois.
Ele tinha como missão garantir a entrada de deficientes no Mundial.
Deu o que não poderia, sua imagem ao lado de Ricardo e Ronaldo.
O ex-peixe que tão mal faz o seu papel.
Mistura jogadores da 9ine, patrocinadores da Fifa, da Copa e sede de holofotes.
Jogou no lixo parte da beleza da sua carreira para proteger Teixeira.
Ronaldo demostra a total falta de rumo, sendo conduzido como um menino por Andres Sanchez.
Romário percebeu o que fez.
E se revoltou com ele mesmo.
De Pelé quer distância por um motivo simples.
Sabe que o melhor jogador de todos os tempos tem envolvimento financeiro com a Copa.
Ele é patrocinado por um cartão de crédito patrocinador do evento.
Nunca ficaria contra o Mundial nem se fosse disputado no deserto do Saara.
Romário só escorrega quando vai escrever ou dá entrevista sem pensar.
Ao comparar Ricardo Teixeira a um 'câncer'.
E Marin a ter 'Aids', ele se perdeu, mostrou apenas ódio.
Poderia ter sido muito mais elucidativo e se perdeu.
Essa é uma tendência que ele precisa mudar.
Romário está ainda em processo de amadurecimento.
Ele foi muito mais no ponto ontem.
Ao falar que o Governo Federal está enganando o povo.
Que a presidente Dilma está sendo enganada ou se deixando enganar.
Ele insiste no termo enganar porque sabe das mentiras de uma Copa que vai custar R$ 70 bilhões.
Que será mais cara de todos os tempos.
Somando a do Japão e Coréia, Alemanha e África não chega ao preço da do Brasil.
Sabe do quanto é absurdo construir arenas em Brasília, Natal, Manaus e Cuiabá, onde não futetol competitivo.
Assumidos elefantes brancos para fazer empreiteiros mais ricos.
A construção de um estádio de um bilhão de reais para um clube particular.
Quando na mesma cidade já havia dois outros estádios prontos que poderiam servir de palco para um jogo de Copa.
Já fui nos últimos cinco mundiais.
Já acompanhei jogos importantíssimos em estádios não do tamanho do Morumbi, mas do Pacaembu.
Romário sabe o quanto é mentira essas arenas superfaturadas para a Copa.
Só erra na expressão.
É muito mais do que 'merda'.
Indecente, desonesto define melhor.
Vai no ponto sem perder força pela linguagem chula, de boteco.
Romário é um deputado federal.
E ter a coragem de alertar sobre as obras emergenciais é fundamental.
Ele antecipa o que todos sabem: para a Copa sair como Blatter quer, Dilma terá de abrir os cofres.
E sem concorrência.
Pagar com dinheiro público o que estiver atrasado.
É isso que esse suíço veio fazer aqui.
Cobrar esse compromisso de Dilma.
Há 921 contratos assinados entre Brasil e Fifa.
E Blatter os quer cumpridos.
O nosso país que gaste o quanto for.
E vai gastar.
É o que Romário alertou ao País ontem.
E sem licitações.
Desse aviso que fique pelo menos uma frase no coração e mentes.
'O maior roubo da história do Brasil.'
Essa é sua definição do que poderá ser a Copa de 2014.
Não só para ele, como para muitos que acompanham todo o processo desde o início.
A coragem de Romário nunca foi tão necessária...
Fonte:R7 Cosme Rímoli
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