Reduto da boemia e luxuoso cabaré nos anos 30 período em que Campina Grande se transformou no segundo maior produtor de algodão do mundo, o Cassino Eldorado não suportou o abandono e virou escombros de uma história de glória, riqueza e glamour. O desabamento do telhado do prédio que abrigou um dos cassinos mais famosos do país, traduz o descaso das autoridades da Rainha da Borborema com o seu patrimônio histórico.
O Eldorado não é apenas o único tesouro histórico de Campina Grande, esquecido pelos poderes públicos. Outras edificações que fazem parte da cidade, também parecem estar invisíveis aos olhos das autoridades. O prédio do Museu Histórico e Geográfico, localizado na avenida Floriano Peixoto, e onde ocorreu a prisão de Frei Caneca, um revolucionário que passou por Campina no século XIX, o prédio batizado de ferro-de-engomar já cadastrado pelo IPHAEP e localizado na avenida Getúlio Vargas; a residência do professor Clementino Procópio, hoje garagem de ônibus, e a casa do ex-prefeito de Campina Grande, Cristiano Lauritzen, localizada na Maciel Pinheiro, também se encontram em estado de abandono e esquecimento. Para os especialistas, esses tesouros perdidos nas ruas de Campina Grande, são símbolos e emblemas de uma época em que a economia da cidade estava em alta.
“Precisamos urgentemente de uma política séria para restaurar e recuperar o nosso patrimônio histórico” defendeu o professor e historiador da Universidade Federal de Campina Grande Hervásio Aranha. Localizado no coração da Feira Central de Campina Grande o Eldorado é um tesouro histórico que está em ruínas. A fachada do prédio, totalmente deteriorada pela ação implacável do tempo, remete a década de 1930, e resguarda aspectos da Art Decó.
Construído na década de 30 do século 20, e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (IPHAEP), o Eldorado apresenta visíveis marcas do abandono daquele que foi o marco da boêmia na região. O professor PhD em História, Josemir Camilo de Melo, que atua na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), conta que o Cassino Eldorado foi tombado devido a sua importância sócio, cultural e econômica para a Rainha da Borborema. A queda do teto do edifício esta semana, por pouco não se transformou em uma tragédia de grandes proporções.
É que até a semana passada, a estrutura estava servindo de abrigo improvisado para moradores de rua. “Não por sua arquitetura, mas pelo que representa hoje, o fausto da elite do algodão, da pecuária e do comércio na cidade”, observou Josemir Camilo de Melo.
Para o historiador Josemir Camilo, o abandono aos prédios históricos da cidade é um problema que acarreta a perda de identidade municipal. “Ficamos cobrando uma identidade municipal nas escolas de ensino fundamental, mas nós mesmos destruímos símbolos, emblemas, não preservamos o patrimônio intangível a cultura nem o tangível a arquitetura”, lamenta.
Um dos grandes Elos Perdidos do registro Histórico de Campina Grande é sem dúvida o Cassino Eldorado. Mergulhando em páginas de livros de história, facilmente, encontramos, relatos saudosistas de grandes e ilustres cidadãos campinenses que frequentaram, ou até trabalharam em suas dependências, como foi o caso de Jovelino Farias, o Gaúcho, que foi cabaretier no Eldorado nos anos 40, em pleno auge da cultura algodoeira em nossa cidade. A estudante do curso de História da UFCG, Marlene Gomes da Silva, disse que a o Eldorado e um livro de pedras da história de Campina que deveria ser preservado. Ela pretende fazer a sua monografia sobre as ruínas do prédio. "É um crime contra a história deixar esse prédio renegado ao esquecimento" lamentou.
O desmoronamento de um patrimônio histórico e a sua desapropriação
Na fatídica tarde da última quinta-feira (03), os fragmentos históricos do templo da boemia da Rainha da Borborema desabou. Os telhados antigos; a madeira destruída pelo cupim, e a fachada em estado deplorável, viraram ruínas.
O prédio do antigo Cassino Eldorado, construído na década de 30 do século 20, desmoronou por volta das 13h30. Por sorte, havia poucas pessoas no local no momento do desmoronamento, e apenas dois moradores ficaram feridos. No local, existem vários prédios antigos e em risco de desmoronamento que aguardam um projeto de revitalização da Prefeitura do município.
Um dia após o desmoronamento, a prefeitura de Campina Grande esclareceu, que o imóvel não havia recebido ainda qualquer intervenção por parte da atual gestão municipal por se tratar de um bem privado.
A desapropriação do prédio consta dos planos de requalificação da feira central. Mesmo com o desabamento, a prefeitura assegura que o imóvel será desapropriado e recuperado.
De acordo com a Secretaria de Cultura do Município, a PMCG, através do projeto INRC – Inventário Nacional de Referência Cultural – está realizando desde outubro de 2013 um levantamento histórico e cultural da feira central. A proposta é fazer o registro da feira, para que esta seja reconhecida nacionalmente como patrimônio cultural.
O projeto de requalificação do mercado central já se encontra na Caixa Econômica Federal, esperando apenas os trâmites burocráticos para liberação da verba e início da licitação. A recuperação do Eldorado constará da segunda etapa da requalificação, já que, de acordo com a Secretaria de Planejamento do Município, a primeira etapa contemplou áreas públicas e imóveis já desapropriados. O prefeito Romero Rodrigues garantiu que o prédio do antigo Casino Eldorado será desapropriado pela prefeitura para que seja incluído no projeto de reestruturação da Feira Central.
Severino Lopes
PBAgora
O Eldorado não é apenas o único tesouro histórico de Campina Grande, esquecido pelos poderes públicos. Outras edificações que fazem parte da cidade, também parecem estar invisíveis aos olhos das autoridades. O prédio do Museu Histórico e Geográfico, localizado na avenida Floriano Peixoto, e onde ocorreu a prisão de Frei Caneca, um revolucionário que passou por Campina no século XIX, o prédio batizado de ferro-de-engomar já cadastrado pelo IPHAEP e localizado na avenida Getúlio Vargas; a residência do professor Clementino Procópio, hoje garagem de ônibus, e a casa do ex-prefeito de Campina Grande, Cristiano Lauritzen, localizada na Maciel Pinheiro, também se encontram em estado de abandono e esquecimento. Para os especialistas, esses tesouros perdidos nas ruas de Campina Grande, são símbolos e emblemas de uma época em que a economia da cidade estava em alta.
“Precisamos urgentemente de uma política séria para restaurar e recuperar o nosso patrimônio histórico” defendeu o professor e historiador da Universidade Federal de Campina Grande Hervásio Aranha. Localizado no coração da Feira Central de Campina Grande o Eldorado é um tesouro histórico que está em ruínas. A fachada do prédio, totalmente deteriorada pela ação implacável do tempo, remete a década de 1930, e resguarda aspectos da Art Decó.
Construído na década de 30 do século 20, e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (IPHAEP), o Eldorado apresenta visíveis marcas do abandono daquele que foi o marco da boêmia na região. O professor PhD em História, Josemir Camilo de Melo, que atua na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), conta que o Cassino Eldorado foi tombado devido a sua importância sócio, cultural e econômica para a Rainha da Borborema. A queda do teto do edifício esta semana, por pouco não se transformou em uma tragédia de grandes proporções.
É que até a semana passada, a estrutura estava servindo de abrigo improvisado para moradores de rua. “Não por sua arquitetura, mas pelo que representa hoje, o fausto da elite do algodão, da pecuária e do comércio na cidade”, observou Josemir Camilo de Melo.
Para o historiador Josemir Camilo, o abandono aos prédios históricos da cidade é um problema que acarreta a perda de identidade municipal. “Ficamos cobrando uma identidade municipal nas escolas de ensino fundamental, mas nós mesmos destruímos símbolos, emblemas, não preservamos o patrimônio intangível a cultura nem o tangível a arquitetura”, lamenta.
Um dos grandes Elos Perdidos do registro Histórico de Campina Grande é sem dúvida o Cassino Eldorado. Mergulhando em páginas de livros de história, facilmente, encontramos, relatos saudosistas de grandes e ilustres cidadãos campinenses que frequentaram, ou até trabalharam em suas dependências, como foi o caso de Jovelino Farias, o Gaúcho, que foi cabaretier no Eldorado nos anos 40, em pleno auge da cultura algodoeira em nossa cidade. A estudante do curso de História da UFCG, Marlene Gomes da Silva, disse que a o Eldorado e um livro de pedras da história de Campina que deveria ser preservado. Ela pretende fazer a sua monografia sobre as ruínas do prédio. "É um crime contra a história deixar esse prédio renegado ao esquecimento" lamentou.
O desmoronamento de um patrimônio histórico e a sua desapropriação
Na fatídica tarde da última quinta-feira (03), os fragmentos históricos do templo da boemia da Rainha da Borborema desabou. Os telhados antigos; a madeira destruída pelo cupim, e a fachada em estado deplorável, viraram ruínas.
O prédio do antigo Cassino Eldorado, construído na década de 30 do século 20, desmoronou por volta das 13h30. Por sorte, havia poucas pessoas no local no momento do desmoronamento, e apenas dois moradores ficaram feridos. No local, existem vários prédios antigos e em risco de desmoronamento que aguardam um projeto de revitalização da Prefeitura do município.
Um dia após o desmoronamento, a prefeitura de Campina Grande esclareceu, que o imóvel não havia recebido ainda qualquer intervenção por parte da atual gestão municipal por se tratar de um bem privado.
A desapropriação do prédio consta dos planos de requalificação da feira central. Mesmo com o desabamento, a prefeitura assegura que o imóvel será desapropriado e recuperado.
De acordo com a Secretaria de Cultura do Município, a PMCG, através do projeto INRC – Inventário Nacional de Referência Cultural – está realizando desde outubro de 2013 um levantamento histórico e cultural da feira central. A proposta é fazer o registro da feira, para que esta seja reconhecida nacionalmente como patrimônio cultural.
O projeto de requalificação do mercado central já se encontra na Caixa Econômica Federal, esperando apenas os trâmites burocráticos para liberação da verba e início da licitação. A recuperação do Eldorado constará da segunda etapa da requalificação, já que, de acordo com a Secretaria de Planejamento do Município, a primeira etapa contemplou áreas públicas e imóveis já desapropriados. O prefeito Romero Rodrigues garantiu que o prédio do antigo Casino Eldorado será desapropriado pela prefeitura para que seja incluído no projeto de reestruturação da Feira Central.
Severino Lopes
PBAgora
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