domingo, 13 de julho de 2014

Alemanha marca no final e conquista o tetra no Maracanã

Giancarlo Lepiani, do Rio de Janeiro
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Lance no jogo entre Alemanha e Argentina na final da Copa no Maracanã, no Rio
Lance no jogo entre Alemanha e Argentina na final da Copa no Maracanã, no Rio - Ivan Pacheco/VEJA.com
Demorou, mas o tetra chegou. Depois de uma longa espera, com 24 anos sem levantar a Copa do Mundo, três edições consecutivas batendo na trave (vice em 2002 e terceira colocada em 2006 e 2010) e uma nervosa prorrogação na finalíssima, neste domingo, no Maracanã, a Alemanha alcançou a Itália, conquistando seu quarto título mundial e deixando a Argentina mais uma vez com o vice, repetindo a última decisão entre as duas seleções, em 1990. A conquista veio apenas no segundo tempo do tempo extra, com um golaço marcado por Mario Götze. Foi uma decisão nervosa, equilibrada e muito disputada, com uma Argentina marcando forte e a Alemanha dominando a posse de bola e martelando incessantemente no ataque, ainda que sem grande precisão. No fim, porém, a melhor campanha da segunda Copa realizada no Brasil foi coroada com o título, o primeiro de uma seleção europeia em um Mundial disputado num país sul-americano. Agora, não são só os italianos que estão a apenas uma conquista de alcançar o Brasil: a Alemanha subiu de degrau e também pode igualar a seleção pentacampeã já na próxima edição, na Rússia, em 2018.

Início emocionante - Melhor ataque da competição, a Alemanha controlou a bola desde o início, tentando trabalhar suas jogadas diante de uma muralha defensiva argentina. Os sul-americanos, que não sofreram nenhum gol desde o início da fase eliminatória da Copa, permitia a troca de passes dos alemães antes da intermediária, mas bloqueava todos os espaços nos últimos 30 metros de seu campo. A aposta era no contragolpe, principalmente através das arrancadas de Lionel Messi. E foi com essa estratégia que a equipe do técnico Alejandro Sabella criou sua primeira chance, aos 3 minutos, com Higuaín batendo cruzado depois de jogada de Lavezzi. Os alemães tentavam responder acionando o jovem craque Thomas Müller, aberto pela direita, mas ele era perseguido de perto pelo lateral Rojo. Os contra-ataques argentinos eram alarmantes para os alemães, especialmente no lado defendido pelo pesado Höwedes, zagueiro improvisado na lateral esquerda. A Alemanha tentava abrir o placar procurando o recordista de gols Miroslav Klose, mas a dupla de zaga formada por Garay e Demichelis rebatia bem as jogadas aéreas.
Aos 20 minutos, a Argentina desperdiçou uma chance inacreditável. Toni Kroos vacilou, cortou uma bola alta na intermediária na direção do próprio gol e deu de presente para Higuaín, cara a cara com Neuer, sem nenhuma marcação. Ele pegou mal na bola, que saiu lentamente pela direita do gol alemão. Os argentinos faziam uma marcação fortíssima, induzindo a Alemanha ao erro e tentando sair em velocidade para o ataque, com a menor quantidade possível de passes até a finalização. Aos 27, num raro vacilo de seu bom sistema defensivo, a Argentina foi pega de surpresa numa enfiada de bola do capitão Philipp Lahm para Müller, que não conseguiu desviar para o gol. Romero rebateu. Aos 29, a torcida argentina explodiu no Maracanã quando Gonzalo Higuaín recebeu cruzamento de Lavezzi e empurrou para as redes. A alegria durou pouco: o árbitro italiano Nicola Rizzoli anulou o gol, por impedimento, marcado corretamente. No minuto seguinte, a primeira alteração do jogo: Joachim Löw teve de tirar Kramer (que já havia aparecido de surpresa na escalação, substituindo Khedira de última hora), machucado. O técnico alemão apostou no atacante Andre Schürrle.
Apesar de ficar mais tempo com a bola, a Alemanha acabava cometendo as faltas mais duras, e dois marcadores importantes, Schweinsteiger e Höwedes, foram advertidos com o amarelo. Aos 35, a Alemanha assustou de novo depois que Klose puxou o ataque pela esquerda e acionou Schürrle; o atacante bateu firme, exigindo boa defesa do Romero, mas a arbitragem marcou o impedimento no rebote, já que Ozil estava bem na frente do goleiro argentino. Quatro minutos depois, a Argentina perdeu mais uma chance claríssima, com Messi invadindo a área pela esquerda, chegando ao fundo e cruzando com extremo perigo. A bola atravessou a pequena área e foi salva por Boateng, que cortou antes que Lavezzi conseguisse finalizar. Aos 43, o troco alemão, com uma boa trama ofensiva: Klose roubou a bola na intermediária, Müller recebeu e avançou pela direita, Ozil dominou e cortou a marcação na meia-lua e Kroos bateu rasteiro. Romero agarrou com segurança. Já nos acréscimos do primeiro tempo, Höwedes subiu sozinho em escanteio batido por Kroos e carimbou a trave esquerda de Romero. Na primeira metade do jogo, o duelo entre o toque de bola dos alemães (que tiveram 63% de posse de bola, contra 37% dos oponentes) e os contragolpes perigosos dos argentinos terminava em igualdade, com boas oportunidades para os dois lados e uma partida com desfecho totalmente imprevisível.
Mudanças e tensão - A Argentina voltou para o segundo tempo com o ataque reforçado: saiu Lavezzi, que criou poucos lances de perigo, e entrou Sergio Agüero. Outra novidade foi a postura da equipe de Sabella, que começou atacando muito mais. Logo no primeiro minuto, foi a vez de Lionel Messi perder uma grande chance, invadindo a área pela esquerda e batendo rasteiro, para fora, num lance que o craque não costuma perdoar. A Alemanha não conseguia se encontrar no gramado e os argentinos aproveitavam, avançando suas linhas. Percebendo o bom momento, a torcida da seleção de Messi aumentava o volume de seus cantos no Maracanã. Por volta dos 10 minutos, contudo, os alemães restauraram o equilíbrio da partida, voltando a avançar ao ataque e a manter a bola por mais tempo em seus pés. Aos 13 minutos, Lahm foi ao fundo e cruzou para Klose, que subiu bem mas não acertou o cabeceio em cheio. Romero segurou com facilidade. A Alemanha crescia, retomando a superioridade mostrada durante parte da etapa inicial. Aos 18, Mascherano ficava pendurado ao acertar um carrinho por trás em Klose. No lance seguinte, foi a vez de Agüero ser advertido, depois de falta violenta em Schweinsteiger. A partida ficava mais tensa, com menos oportunidades de gol. Aos 28, Messi conseguiu se livrar da marcação, carregou para o meio e bateu de curva, mas para fora. 
Aos 31, nova troca no setor ofensivo argentino, com Higuaín dando lugar a Rodrigo Palacio. Mas era Messi o motor do ataque: logo depois da substituição, ele voltou a chamar o jogo e a responsabilidade, arrancando em velocidade pelo meio, mas esbarrando na zaga alemã. Os europeus responderam com uma boa sequência de ataques – num deles, aos 36, Toni Kroos apareceu de surpresa na entrada da área para finalizar rasteiro, para fora. Sabella usou sua última substituição para colocar Fernando Gago no lugar de Enzo Peres, que apareceu pouco na partida, limitando-se a compor o incansável sistema de marcação argentino. Löw respondeu colocando Mario Götze na vaga do recordista Klose, quase certamente em sua última aparição numa Copa. Assim como nas últimas duas edições do torneio, a decisão do Mundial chegava à prorrogação. E o tempo extra começou num ritmo eletrizante, com a Alemanha quase abrindo o placar num chute de Ozil, com menos de um minuto, e Messi respondendo num chute cruzado, no minuto seguinte. O nervosismo, porém, atrapalhava as duas equipes – aos 7 minutos, Palacio recebeu sozinho na área e optou por tentar um chapéu em Neuer. Boateng apareceu na cobertura e só deixou a bola sair pela linha de fundo. A primeira etapa da prorrogação mantinha a igualdade. Aos 4 minutos da segunda etapa, Schweinsteiger deixou o campo sangrando depois de levar um soco numa dividida pelo alto com Agüero, que já tinha amarelo. O árbitro italiano não viu a agressão. Logo em seguida, porém, a Alemanha festejava: aos 7 minutos, depois de linda jogada individual de Schürrle pela esquerda, Götze recebeu no miolo da área, matou no peito e fuzilou Romero, deixando a Alemanha às portas do tetra
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Torcedor da Alemanha durante o jogo contra a Argentina na final da Copa no Maracanã, no Rio
Torcedor da Alemanha durante o jogo contra a Argentina na final da Copa no Maracanã, no Rio - Ivan Pacheco/VEJA.com
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O ex-jogador espanhol Carles Puyol e a modelo Gisele Bündchen apresentam a Taça da Copa do Mundo na final no Maracanã, no Rio
O ex-jogador espanhol Carles Puyol e a modelo Gisele Bündchen apresentam a Taça da Copa do Mundo na final no Maracanã, no Rio - Laurence Griffiths/Getty Images    FONTE; VEJA

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