sexta-feira, 13 de junho de 2014

Varejo cresce 7,1%, mas no ano é fraco

Dados divulgados pelo IBGE mostram comércio varejista paraibano acima de cinco Estados do Nordeste e da média brasileira. Apesar do crescimento, Estado tem o pior crescimento nas vendas no acumulado dos quatro primeiros meses do ano O volume de vendas no comércio varejista paraibano apresentou um crescimento de 7,1% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado, acima de cinco Estados do Nordeste e da média brasileira, que ficou em 6,7%. Porém, no acumulado dos primeiros quatro meses de 2014, compartilha com Sergipe o pior crescimento nas vendas (3,4%). Os dados foram divulgados ontem na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já na comparação de abril com o mês de março, a Paraíba foi o estado que mais cresceu no Nordeste, aparecendo empatada com Pernambuco, com 0,7%. Mesmo assim, o crescimento não é suficiente para reverter a sequência de baixos resultados, com a queda de 3,4% em março e o crescimento abaixo da média nacional em janeiro (4,7%) e fevereiro (5,7%). Há também o componente sazonal: este ano, a Semana Santa, uma das principais datas para o varejo, foi comemorada em abril, enquanto em 2013 foi movida para o final de março. No quadrimestre, o crescimento do varejo paraibano foi de 3,4%, abaixo do nacional, que ficou em 5%. Quando equacionados os 12 meses anteriores, o crescimento ficou em 7,1%, enquanto o nacional foi de 4,9%. Já no comércio varejista ampliado – que agrega as atividades "Veículos, motocicletas, partes e peças" e "Material de construção", incluindo o ramo atacadista – a evolução em abril foi de 3,3%, após uma queda de 4,9% em março e escalada de 10,5% em fevereiro. No ano, a média se mantém em 3,5%, e nos últimos 12 meses até abril, 6,6% – ambos acima dos índices do Brasil, que ficaram em 1,6% e 2,5%, respectivamente. INFLAÇÃO E DÍVIDAS Para o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL/PB), José Artur de Melo Almeida, o baixo crescimento das vendas no varejo reflete, na verdade, uma retração. “Entre um ano e outro, mais empresas são abertas, então espera-se um aumento significativo, porque as vendas na pesquisa não são contabilizadas separadamente por empresa, mas pelas empresas como um todo. Quando não se mantém o crescimento na média, então há redução”, explica José Artur. Conforme o dirigente, o resultado reflete “uma conjuntura nacional que estamos vivendo”. Segundo ele, há três fatores que emperram as vendas no comércio varejista. Em primeiro lugar, o baixo crescimento econômico, que aperta as margens de lucro, desestimulando a contratação de novos trabalhadores e a concessão de aumentos salariais, que seriam reinvestidos no consumo. Este ano, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 1,44% de acordo com o Boletim Focus, embora o Ministério da Fazenda projete um PIB 2,3% maior em 2014. Em segundo, há a inflação, que dilapida o poder aquisitivo dos consumidores com o aumento de preços – atualmente, a previsão de inflação para 2014 é de 6,47%, próximo ao teto de 6,5% estipulado pelo Banco Central e bem acima da meta de 4,5%. E, por último os endividamentos de médio e longo prazos das famílias, principalmente com automóveis e imóveis. “Se acontecer um aperto no orçamento, pode haver um estrangulamento das finanças e as pessoas não consomem”, afirma. PIOR ABRIL DESDE 2001 Com duas quedas consecutivas em fevereiro e março (-0,4 e -0,5) levando em consideração os ajustes sazonais mês e mês anterior, o varejo no Brasil teve o pior resultado para o mês de abril desde 2001. A queda nas vendas atingiu sete das dez categorias de atividades econômicas pesquisadas. O destaque ficou para o segmento de Veículos e motos, partes e peças (5,4%) que, junto com Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,3%), foram os únicos com variação positiva. Livros, jornais, revistas e papelaria” (-2,7%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,6%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,4%), Tecidos, vestuário e calçados (-1%), Combustíveis e lubrificantes (-0,8%), Material de construção (-0,5%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,5%) foram os setores que apresentaram queda. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos ficou estagnado, Eber Freitas Francisco França -JORNAL DA PARAIBA

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