domingo, 21 de setembro de 2014

Após dizimar plantações de palmas no Sertão e Cariri, cochinilha do carmim chega ao Agreste Após dizimar plantações de palmas no Sertão e Cariri, cochinilha do carmim chega ao Agreste

 A praga conhecida como cochonilha do carmim que dizimou plantações inteiras de palmas no Cariri e Sertão da Paraíba, agora chegou ao Agreste do Estado, e atingiu as plantações inteiras.



Em Areal, os produtores estão pulverizando as plantações para combater a praga e evitar maiores prejuízos. O agricultor Marcelo Félix disse que resolveu pulverizar os seus palmares como forma de tentar conter o avanço da praga.


Todos os dias ele observa raquete por raquete com medo da cochonilha. Para controlar a praga e garantir a alimentação dos animais Marcelo pulveriza as plantações uma vez por semana, utilizando água misturada com sabão em pé e detergente neutro .


O biólogo Felipe Teodoro conta que muitos produtores da região compraram a palma em outros estadoscontaminada com a praga sem saber. Ao plantar as raquetes infetada, eles terminam contribuindo para o avanço da cochonilha. Rapidamente, a praga se espalha para outros campos comprometendo toda a economia da região.


A praga já devastou cerca de 150 mil hectares de palma forrageira e o prejuízo chega a quase R$ 500 milhõesa 10 mil produtores rurais de 54 municípios da Paraíba, principalmente na região do Sertão, Cariri segundo a Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária (Emepa).


De acordo com a Emepa, cerca de 70% da palma produzida na Paraíba estão concentradas no Cariri e Curimataú e para combatê-la, a medida é a substituição da palma tradicional pelo plantio de uma resistente ao ataque do inseto.


Em cidades como Queimadas, Montadas, Soledade, e Gurjão, a cochonilha devastou boa parte do plantio.


Em Soledade, dos cerca de 160 mil hectares de plantio de palma forrageira na Paraíba, aproximadamente 40% já foram afetados pela praga do inseto cochonilha do carmim.


O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), Mário Borba, revela que é preciso saber conviver com a praga nesse período de transição, mas também usar a tecnologia existente para melhorar a produtividade.


“Além das variedades mais resistentes e dos defensivos, não podemos mais cuidar da palma como se fosse uma cultura alheia e sem uma atenção especial, pois é um insumo e de melhor custo benefício. Ou seja, o agricultor precisa ser ensinado que a palma deve ser cultivada como as demais culturas: feijão, arroz e milho”, frisou.


A cochonilha do carmim é um inseto que suga a seiva das plantas, podendo também introduzir nelas vírus ou toxinas que as deixam amarelas e murchas. Desta forma, o inseto pode destruir uma plantação inteira de palma forrageira dentro de poucos meses, caso não seja combatida rapidamente.


Depois de atacadas, as raquetes começam a apresentar manchas e murchar. Logo em seguida, a planta perde vigor a ponto de morrer. As manchas brancas são na verdade colônias do inseto, que ao serem pressionadas, liberam um líquido vermelho (daí o seu nome, Carmim), usado largamente como corante pelas indústrias. Vale lembrar que a espécie do inseto que chegou ao Brasil, além de muito agressiva à planta, produz um corante de péssima qualidade.


A cochonilha do carmim é um pequeno inseto de origem mexicana que se alimenta da seiva e mata a planta rapidamente.


O ataque também causa problemas para os pequenos criadores que contam com a planta para alimentar os rebanhos no período de seca.

Por causa da importância da palma para os pequenos criadores, a EMEPA passou a distribuir mudas, também chamadas de raquetes, para o plantio.


Batizada de “Ouro Verde”, a palma forrageira é uma das principais alternativas para o setor agropecuário da região semiárida brasileira. Na Paraíba, a palma, resistente a seca, é a base alimentar para a produção da pecuária, sendo largamente utilizada tanto para a manutenção dos rebanhos bem como na produção leiteira.


Severino Lopes 

PBagora

Nenhum comentário:

Postar um comentário