A praga conhecida como cochonilha do carmim que dizimou plantações inteiras de palmas no Cariri e Sertão da Paraíba, agora chegou ao Agreste do Estado, e atingiu as plantações inteiras.
Em Areal, os produtores estão pulverizando as plantações para combater a praga e evitar maiores prejuízos. O agricultor Marcelo Félix disse que resolveu pulverizar os seus palmares como forma de tentar conter o avanço da praga.
Todos os dias ele observa raquete por raquete com medo da cochonilha. Para controlar a praga e garantir a alimentação dos animais Marcelo pulveriza as plantações uma vez por semana, utilizando água misturada com sabão em pé e detergente neutro .
De acordo com a Emepa, cerca de 70% da palma produzida na Paraíba estão concentradas no Cariri e Curimataú e para combatê-la, a medida é a substituição da palma tradicional pelo plantio de uma resistente ao ataque do inseto.
Em Soledade, dos cerca de 160 mil hectares de plantio de palma forrageira na Paraíba, aproximadamente 40% já foram afetados pela praga do inseto cochonilha do carmim.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), Mário Borba, revela que é preciso saber conviver com a praga nesse período de transição, mas também usar a tecnologia existente para melhorar a produtividade.
“Além das variedades mais resistentes e dos defensivos, não podemos mais cuidar da palma como se fosse uma cultura alheia e sem uma atenção especial, pois é um insumo e de melhor custo benefício. Ou seja, o agricultor precisa ser ensinado que a palma deve ser cultivada como as demais culturas: feijão, arroz e milho”, frisou.
A cochonilha do carmim é um inseto que suga a seiva das plantas, podendo também introduzir nelas vírus ou toxinas que as deixam amarelas e murchas. Desta forma, o inseto pode destruir uma plantação inteira de palma forrageira dentro de poucos meses, caso não seja combatida rapidamente.
Depois de atacadas, as raquetes começam a apresentar manchas e murchar. Logo em seguida, a planta perde vigor a ponto de morrer. As manchas brancas são na verdade colônias do inseto, que ao serem pressionadas, liberam um líquido vermelho (daí o seu nome, Carmim), usado largamente como corante pelas indústrias. Vale lembrar que a espécie do inseto que chegou ao Brasil, além de muito agressiva à planta, produz um corante de péssima qualidade.
A cochonilha do carmim é um pequeno inseto de origem mexicana que se alimenta da seiva e mata a planta rapidamente.
O ataque também causa problemas para os pequenos criadores que contam com a planta para alimentar os rebanhos no período de seca.
Por causa da importância da palma para os pequenos criadores, a EMEPA passou a distribuir mudas, também chamadas de raquetes, para o plantio.
Batizada de “Ouro Verde”, a palma forrageira é uma das principais alternativas para o setor agropecuário da região semiárida brasileira. Na Paraíba, a palma, resistente a seca, é a base alimentar para a produção da pecuária, sendo largamente utilizada tanto para a manutenção dos rebanhos bem como na produção leiteira.
Severino Lopes
PBagora
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