100 anos, 100 jogos: Brasil e Argentina celebram rivalidade histórica na China
No dia 20 de setembro de 1914, Brasil e Argentina se enfrentaram pela primeira vez. No próximo sábado, 11 de outubro de 2014, as duas seleções mais tradicionais do futebol sul-americano disputarão o primeiro clássico de uma história, agora, centenária. Destino ou coincidência, o jogo dos 100 anos de rivalidade será também o centésimo entre eles. Ao menos para os brasileiros.
Até isso causa polêmica quando os países se enfrentam. Nas contas da AFA, associação de futebol argentino, foram realizadas até hoje 96 partidas contra o Brasil. A entidade desconsidera dois jogos de 1968, sob alegação de que a seleção brasileira foi representada por combinados locais, e um de 1923, no qual a Argentina não teve seu time principal. Curiosamente, todos terminaram com vitória verde e amarela.
Nos 99 jogos somados pela CBF, o Brasil tem 39 vitórias, 36 derrotas, e são 24 empates. Mas esse monte de números não é o que melhor reflete a história do confronto, recheada de craques, confusões e títulos mundiais: cinco brasileiros e dois argentinos.
Em 2014, época do futebol moderno, marcado pelo fair-play, pela amizade dos jogadores que costumam atuar nas principais potências europeias, são justamente dois amigos os responsáveis por animar a festa centenária. Neymar e Messi, atacantes do Barcelona, principais nomes de cada lado do clássico, são atrações em Pequim.
Há muitos motivos para o próximo Brasil x Argentina ser especial. As duas equipes se enfrentarão no estádio Ninho de Pássaro, em Pequim, às 9h05 (de Brasília) deste sábado (11). Será a primeira partida de Lionel Messi com a camisa da seleção alviceleste depois do vice-campeonato da Copa de 2014, e várias marcas pessoais e coletivas estarão em jogo. Antes de recordes ou mesmo da taça, contudo, a edição 2014 do Superclássico das Américas será sobre protagonismo.
O aspecto em que isso se manifesta de forma mais clara é o embate entre Lionel Messi e Neymar. Os dois são companheiros no Barcelona, mas lá o argentino é o protagonista. No sábado, ambos carregarão a camisa 10, a braçadeira de capitão e as principais esperanças ofensivas de suas equipes.
"Neymar hoje é o fenômeno do Brasil. É o cara, indiscutivelmente o melhor. É até bom poder treinar com ele, que é um jogador qualificado, como é o Messi do outro lado", disse o goleiro Jefferson. "A gente também tem jogadores de muita qualidade, mas tem de ter atenção redobrada com o Messi, sim. É um jogador que faz a diferença, que nasceu para isso", completou o zagueiro David Luiz.
Nos dois últimos amistosos em que Brasil e Argentina usaram força máxima, Messi foi protagonista. O camisa 10 marcou o gol da vitória de sua seleção por 1 a 0 em 2010, em Doha, e balançou as redes três vezes num triunfo por 4 a 3 em 2012, em Nova Jersey.
Neymar, aliás, nunca venceu Messi (perdeu também a decisão do Mundial de clubes da Fifa, em 2011, quando o Barcelona do argentino bateu o Santos por 4 a 0). Mas o brasileiro, por mais que fosse badalado, não tinha em nenhum dos três confrontos o status que desfruta atualmente.
Brasil x Argentina também será sobre protagonismo num sentido coletivo. O time comandado por Dunga jogará contra um campeão mundial pela primeira vez desde o histórico revés por 7 a 1 para a Alemanha na Copa de 2014. E a equipe dirigida por Gerardo "Tata" Martino, que perdeu a decisão do Mundial para a mesma Alemanha, tenta ratificar o status de potência global: no único amistoso depois do torneio, eles já se vingaram dos germânicos e venceram por 4 a 2 em Dusseldorf.
"Normalmente, depois do Mundial se começam novas etapas. É muito difícil, sobretudo na América do Sul, que não haja mudanças. Quase todas as seleções estão mais ou menos na mesma situação, mas para nós é muito importante enfrentar jogadores de primeiro nível mundial. Foi assim contra a Alemanha, e é assim contra o Brasil. Esperamos aproveitar para crescer e mostrar nosso nível", afirmou o volante Javier Mascherano.
Tata Martino espera que a Argentina tenha mais posse de bola e seja protagonista no jogo de sábado. Na avaliação do treinador, o Brasil deve atuar recuado e apostar nos contragolpes. "É certo que não podemos dar espaço a esses contra-ataques", cobrou.
Brasileiros também esperam uma Argentina marcando pressão, com comportamento de protagonista. Durante a semana, a seleção comandada por Dunga treinou saída de marcação adiantada. "Pelos jogos que a gente viu, tanto na Copa quanto em amistosos, eles não deixam os rivais saírem jogando. Mas a gente está preparado para escapar disso", avisou o lateral esquerdo Filipe Luís.
Aí entra o fator Dunga. Foi jogando assim, dando à Argentina a condição de protagonista, que o técnico conseguiu duas das vitórias mais expressivas de sua passagem anterior pelo comando da seleção brasileira: 3 a 0 na decisão da Copa América de 2007, na Venezuela, e 3 a 1 nas Eliminatórias para a Copa, em 2009, em Rosário.
"Acho que cada jogo tem uma peculiaridade que você tem de analisar e observar. Você programa seu time para fazer determinadas jogadas, e às vezes dá certo, mas às vezes não. O adversário também estuda sua equipe e tenta neutralizar", ponderou o treinador brasileiro. Dunga enfrentou a Argentina quatro vezes como técnico da seleção principal, com três vitórias e um empate. O único revés dele foi um 3 a 0 nas semifinais dos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, com grande atuação de Lionel Messi.
O jogo deste sábado ainda tem será uma demonstração de um novo status do próprio Superclássico das Américas. O duelo que reedita a Copa Roca já teve duas edições com essa nomenclatura, em 2011 e 2012, com partidas no Brasil e na Argentina. Naquelas temporadas, porém, as seleções só puderam convocar jogadores de seus países.
O Superclássico deste sábado terá seleções com força máxima e será jogado num estádio lotado. A organização colocou 70 mil ingressos à venda para o duelo no Ninho de Pássaro, e as entradas estavam esgotadas na internet e nas bilheterias.
FICHA TÉCNICA BRASIL X ARGENTINA
Local: Estádio Ninho de Pássaro, em Pequim (China) Data: 11 de outubro de 2014 (sábado) Horário: 9h05 (de Brasília) Árbitro: Fan Qi (China) Assistentes: Huo Weiming e Um Yuxin (ambos da China)
BRASIL: Jefferson; Danilo, Miranda, David Luiz e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Elias, Willian e Oscar; Neymar e Diego Tardelli Técnico: Dunga
ARGENTINA: Romero; Zabaleta, Martín Demichelis, Fernández e Rojo; Javier Mascherano e Roberto Pereyra; Lionel Messi, Javier Pastore e Ángel Di María; Sergio Agüero Técnico: Gerardo "Tata" Martino
UOL
No dia 20 de setembro de 1914, Brasil e Argentina se enfrentaram pela primeira vez. No próximo sábado, 11 de outubro de 2014, as duas seleções mais tradicionais do futebol sul-americano disputarão o primeiro clássico de uma história, agora, centenária. Destino ou coincidência, o jogo dos 100 anos de rivalidade será também o centésimo entre eles. Ao menos para os brasileiros.
Até isso causa polêmica quando os países se enfrentam. Nas contas da AFA, associação de futebol argentino, foram realizadas até hoje 96 partidas contra o Brasil. A entidade desconsidera dois jogos de 1968, sob alegação de que a seleção brasileira foi representada por combinados locais, e um de 1923, no qual a Argentina não teve seu time principal. Curiosamente, todos terminaram com vitória verde e amarela.
Nos 99 jogos somados pela CBF, o Brasil tem 39 vitórias, 36 derrotas, e são 24 empates. Mas esse monte de números não é o que melhor reflete a história do confronto, recheada de craques, confusões e títulos mundiais: cinco brasileiros e dois argentinos.
Há muitos motivos para o próximo Brasil x Argentina ser especial. As duas equipes se enfrentarão no estádio Ninho de Pássaro, em Pequim, às 9h05 (de Brasília) deste sábado (11). Será a primeira partida de Lionel Messi com a camisa da seleção alviceleste depois do vice-campeonato da Copa de 2014, e várias marcas pessoais e coletivas estarão em jogo. Antes de recordes ou mesmo da taça, contudo, a edição 2014 do Superclássico das Américas será sobre protagonismo.
O aspecto em que isso se manifesta de forma mais clara é o embate entre Lionel Messi e Neymar. Os dois são companheiros no Barcelona, mas lá o argentino é o protagonista. No sábado, ambos carregarão a camisa 10, a braçadeira de capitão e as principais esperanças ofensivas de suas equipes.
Neymar, aliás, nunca venceu Messi (perdeu também a decisão do Mundial de clubes da Fifa, em 2011, quando o Barcelona do argentino bateu o Santos por 4 a 0). Mas o brasileiro, por mais que fosse badalado, não tinha em nenhum dos três confrontos o status que desfruta atualmente.
Brasil x Argentina também será sobre protagonismo num sentido coletivo. O time comandado por Dunga jogará contra um campeão mundial pela primeira vez desde o histórico revés por 7 a 1 para a Alemanha na Copa de 2014. E a equipe dirigida por Gerardo "Tata" Martino, que perdeu a decisão do Mundial para a mesma Alemanha, tenta ratificar o status de potência global: no único amistoso depois do torneio, eles já se vingaram dos germânicos e venceram por 4 a 2 em Dusseldorf.
Tata Martino espera que a Argentina tenha mais posse de bola e seja protagonista no jogo de sábado. Na avaliação do treinador, o Brasil deve atuar recuado e apostar nos contragolpes. "É certo que não podemos dar espaço a esses contra-ataques", cobrou.
Brasileiros também esperam uma Argentina marcando pressão, com comportamento de protagonista. Durante a semana, a seleção comandada por Dunga treinou saída de marcação adiantada. "Pelos jogos que a gente viu, tanto na Copa quanto em amistosos, eles não deixam os rivais saírem jogando. Mas a gente está preparado para escapar disso", avisou o lateral esquerdo Filipe Luís.
Aí entra o fator Dunga. Foi jogando assim, dando à Argentina a condição de protagonista, que o técnico conseguiu duas das vitórias mais expressivas de sua passagem anterior pelo comando da seleção brasileira: 3 a 0 na decisão da Copa América de 2007, na Venezuela, e 3 a 1 nas Eliminatórias para a Copa, em 2009, em Rosário.
"Acho que cada jogo tem uma peculiaridade que você tem de analisar e observar. Você programa seu time para fazer determinadas jogadas, e às vezes dá certo, mas às vezes não. O adversário também estuda sua equipe e tenta neutralizar", ponderou o treinador brasileiro. Dunga enfrentou a Argentina quatro vezes como técnico da seleção principal, com três vitórias e um empate. O único revés dele foi um 3 a 0 nas semifinais dos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, com grande atuação de Lionel Messi.
O jogo deste sábado ainda tem será uma demonstração de um novo status do próprio Superclássico das Américas. O duelo que reedita a Copa Roca já teve duas edições com essa nomenclatura, em 2011 e 2012, com partidas no Brasil e na Argentina. Naquelas temporadas, porém, as seleções só puderam convocar jogadores de seus países.
O Superclássico deste sábado terá seleções com força máxima e será jogado num estádio lotado. A organização colocou 70 mil ingressos à venda para o duelo no Ninho de Pássaro, e as entradas estavam esgotadas na internet e nas bilheterias.
FICHA TÉCNICA BRASIL X ARGENTINA
Local: Estádio Ninho de Pássaro, em Pequim (China) Data: 11 de outubro de 2014 (sábado) Horário: 9h05 (de Brasília) Árbitro: Fan Qi (China) Assistentes: Huo Weiming e Um Yuxin (ambos da China)
BRASIL: Jefferson; Danilo, Miranda, David Luiz e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Elias, Willian e Oscar; Neymar e Diego Tardelli Técnico: Dunga
ARGENTINA: Romero; Zabaleta, Martín Demichelis, Fernández e Rojo; Javier Mascherano e Roberto Pereyra; Lionel Messi, Javier Pastore e Ángel Di María; Sergio Agüero Técnico: Gerardo "Tata" Martino
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